“A Arte Salva” pode ser visitada até o final deste mês
Boa notícia para quem acha que perdeu a exposição “A Arte Salva”, inaugurada no MIS no dia 16 de maio. A mostra, que reúne desenhos, fotografias, pinturas e trabalhos manuais de cerca de 40 crianças e adolescentes atendidos pelo CAPS Infantojuvenil Carretel, foi prorrogada até o dia 30 de junho de 2025.
Vale lembrar aquela tarde de sexta-feira, quando a exposição foi aberta. O evento reuniu os jovens artistas, seus familiares e profissionais do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, que gerencia o CAPS. O clima era de festa e celebração — um reflexo do impacto transformador da arte na vida dos participantes.
Circulando pelo salão que abriga os trabalhos, a adolescente Núbya Costa, de 16 anos, não escondia a alegria de poder expor suas pinturas. Ela contou que sempre gostou de pintar, mas havia desistido até chegar ao CAPS, onde foi incentivada a prosseguir com a arte nas sessões de terapia ocupacional.
Emocionada, revelou o sonho de ser artista:
“Eu sei que é um sonho um pouco distante de realizar, então essa exposição para mim é como se fosse uma prévia, como se eu já estivesse realizando esse sonho, sabe? É bem legal, bem desafiador. Também estou nervosa, mas muito feliz. Voltei a pintar por causa do CAPS e, hoje em dia, quando estou triste eu pinto, quando estou feliz eu pinto — é assim que a arte se tornou minha forma de expressão.”

Mais cor e harmonia
Helena Fuginohara acompanhou a filha, também de 16 anos, que levou dois quadros para a exposição. Para a mãe, o evento no MIS foi “maravilhoso”. Contou que a jovem costuma ser reservada, evita se expor, falar ou ser fotografada, e que participar da mostra foi um grande desafio superado.
“Acho muito bacanas essas iniciativas do CAPS e o que ele propõe, com essas interações que estimulam o convívio. É muito legal porque é um lugar onde ela se sente confiante e participa bastante”, comentou.
Helena lembrou que a filha teve dificuldades iniciais para criar um vínculo com o CAPS. Mas, após muito esforço da equipe, aderiu ao tratamento e apresentou grande melhora no comportamento. Uma mudança que, segundo a mãe, está visível nas obras que a garota trouxe para a exposição:
“No começo, eram desenhos em preto e branco, muito agressivos. Agora, ela trouxe um quadro que mostra essa dualidade — um lado escuro e o outro mais colorido. O último, então, é cheio de cores e formas harmônicas. A agressividade sumiu.”
Um lugar no mundo
A enfermeira Tayani Silva, uma das organizadoras da exposição, destacou que abrir as portas do CAPS e levar os pacientes e suas obras para fora da instituição é uma forma de mostrar que é possível transformar vidas com cuidado em liberdade:
“Essas crianças e adolescentes precisam de um lugar no mundo onde possam mostrar as coisas maravilhosas que são capazes de fazer.”
Tayani também reforçou a importância da parceria com as famílias no processo de tratamento:
“Ter a participação dos pais, dos responsáveis no cuidado, a confiança quando damos alguma orientação que às vezes nem esperavam — esse vínculo com a família nos deixa muito felizes. Sem essa parceria, a melhora dos pacientes é praticamente impossível.”
Para a superintendente assistencial do SSCF, Elisa Alves de Oliveira Paz, a exposição é uma oportunidade de mostrar à sociedade o trabalho dos CAPS e sua eficácia:
“Esse cuidado no território, por meio de oficinas de arte, cultura e expressão, é um recurso terapêutico que usamos na clínica de saúde mental, com resultados incríveis na vida das crianças — inclusive na interação social e na forma de se comunicar.”
📍 Endereço: Rua Regente Feijó, 859, Centro – Campinas/SP
🗓 Em cartaz até: 30/06/2025
⏰ Horário de visitação:
* Terça a sexta: das 9h às 18h30
* Sábado: das 10h às 16h
* Fechado aos domingos e feriados
Contato para a imprensa:
Lenir Brizzi, jornalista | E-mail: lenirbrizzi@candido.org.br